E não poder fugir, não poder fugir nunca, a este destino
de dinamitar rochas dentro do peito...
sexta-feira, novembro 10, 2006
Lilya Corneli
...quantas vezes, Amor, já te esqueci, Para mais doidamente me lembrar, Mais doidamente me lembrar de ti! Florbela Espanca
24 comentários:
Anónimo
disse...
Um dia talvez faça sentido a tua fuga urgente e fria pela calada do silêncio. Só então perdoarei o tempo pela dor de não te ter tido nem ter sabido de cor.
Podias ter sido um barco a navegar no mesmo ritmo das ondas, mas não. Quiseste ser vento contrário...
Mas tudo tem duas faces. A tristeza é só a outra face da alegria tal como a morte é só a outra face da vida. Este amor tem duas faces:nós... e nós somos apenas tu e eu, o desencontro na volta lenta da vida o reencontro além do tempo.
Logo chegará o dia em que o teu espaço será o meu espaço e o teu tempo será o meu tempo e jamais haverá sinais a apontar destinos proibidos. Seremos apenas nós, com a certeza de um amor sobrevivente na memória longínqua do ohar. E será pelo olhar que nos reconheceremos...
Hoje eu sei que não vou morrer por não te ter, porque um dia atravessarei o portão desconhecido e, ainda que tu não saibas, levar-te-ei comigo...
e se não posso ter-te aqui, ter-te-ei além onde os barcos navegam sem vento...
A IMA tem razão. Concordo com a sugestão que faz à Maria José Quintela. Merece que a sua criação literária tenha maior visibilidade e se estenda a mais apreciadores de poesia. Mas deve ter a mesma dificuldade que eu estou a ter para construír um blog. É preciso saber trabalhar bem com estas ferramentas informáticas. O meu incentivo e solidariedade à Maria José Quintela para que seja capaz de desenhar o seu espaço na blogosfera e possa chegar aos milhares de utilizadores espalhados por todo o mundo. Tenho um grande apreço por si e sinto-me um viciado na sua escrita. Parabéns.
É isso mesmo Pê-pê! Escrever ainda é o mais fácil! Mas confesso que me sinto seriamente tentada a criar um blog. Enquanto isso não acontece, continuarei a participar neste lugar mágico. Obrigada a ambos, IMA e PÊ-PÊ, pelo incentovo.
Força Maria José. Lembre-se de avisar quando nascer o seu blog e dizer o sítio. Obrigado, por mostrar seu entusiasmo e aceitar a sugestão deste "ignorante" da informática.
Sons de sinos através da Europa Séculos enforcados Carris que amarrais nações Não somos mais que dois ou três homens Livres de todas as peias Vamos dar-nos as mãos
Violenta chuva que penteia os fumos Cordas Cordas tecidas Cabos submarinos Torres de Babel transformadas em pontes
Aranhas-Pontífices Todos os apaixonados que um só laço enlaçou
Outros laços mais firmes Brancas estrias de luz Cordas e Concórdia
Escrevo apenas para vos celebrar Ó sentido ó sentidos caros Inimigos do recordar Inimigos do desejar
Inimigos da saudade Inimigos das lágrimas Inimigos de tudo o que eu amo ainda
Harmonioso vulto que em mim se dilui. Tu és o poema e és a origem donde ele flui. Intuito de ter. Intuito de amor não compreendido. Fica assim amor. Fica assim intuito. Prometido.
Não posso adiar o amor Não posso adiar o amor para outro século Não posso Ainda que o grito sufoque na garganta Ainda que o ódio estale e crepite e arda Sob montanhas cinzentas E montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço Que é uma arma de dois gumes Amor e ódio
Não posso adiar Ainda que a noite pese séculos sobre as costas E a aurora indecisa demore Não posso adiar para outro século a minha vida Nem o meu amor Nem o meu grito de libertação Não posso adiar o coração
Una gota de lluvia, cae en tu nariz., transparente como el cuarzo y se diluye tenue en la comisura de tus labios ¡Beatrice! Tú iluminas de arco iris mis párpados!
(…) Alcanzo a tocar una estrella o dos antes de que se desdibuje la noche y hasta nosotros llegue el mundo; los colores animados; el pictograma con sus dorados tentáculos abrazándonos, estrangulando todo lo que no hicimos, ni dijimos. Y así, violentamente, poder arrancarnos de este improvisado edén situado en ninguna parte. (…)
(…) Cada vez que abro los labios Inundo de nubes el vacío En el puerto Los mástiles están llenos de nidos Y el viento gime entre las alas de los pájaros
"Só existem dois dias em que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro amanhã. Portanto, hoje é o dia para amar, acreditar e principalmente viver."
O cio da terra Debulhar o trigo Recolher cada bago do trigo Forjar no trigo o milagre do pão E se fartar de pão Decepar a cana Recolher a garapa da cana Roubar da cana a doçura do mel Se lambuzar de mel Afagar a terra Conhecer os desejos da terra Cio da terra, a propícia estação E fecundar o chão
Quero pedir-te um favor: recolhe as minhas palavras e faz um monte com elas, ateia o fogo em redor até que brilhem estrelas. E sem olhar para trás, vira as costas à fogueira e não as vejas arder. Se disso não fores capaz, corres risco de cegueira e a alma vai-te doer!
Vem de longe a tua voz. De tão longe que duvido de mim mesma ao ouvi-la. Será que te ouço ou será a mim mesma que escuto? Serão minhas as palavras que murmuras, serei ainda eu? Ou serão apenas ecos do amor que fui, que foste um dia?
24 comentários:
Um dia talvez faça sentido a tua fuga urgente e fria
pela calada do silêncio.
Só então perdoarei o tempo
pela dor de não te ter tido
nem ter sabido de cor.
Podias ter sido um barco
a navegar no mesmo ritmo das ondas,
mas não. Quiseste ser vento contrário...
Mas tudo tem duas faces.
A tristeza é só a outra face da alegria
tal como a morte é só a outra face da vida.
Este amor tem duas faces:nós...
e nós somos apenas tu e eu,
o desencontro na volta lenta da vida
o reencontro além do tempo.
Logo chegará o dia
em que o teu espaço será o meu espaço
e o teu tempo será o meu tempo
e jamais haverá sinais a apontar destinos proibidos.
Seremos apenas nós,
com a certeza de um amor sobrevivente
na memória longínqua do ohar.
E será pelo olhar que nos reconheceremos...
Hoje eu sei que não vou morrer por não te ter,
porque um dia
atravessarei o portão desconhecido e, ainda que tu não saibas,
levar-te-ei comigo...
e se não posso ter-te aqui,
ter-te-ei além
onde os barcos navegam sem vento...
ainda que não te tenha nunca...
MARIA JOSÉ QUINTELA
A IMA tem razão. Concordo com a sugestão que faz à Maria José Quintela. Merece que a sua criação literária tenha maior visibilidade e se estenda a mais apreciadores de poesia. Mas deve ter a mesma dificuldade que eu estou a ter para construír um blog. É preciso saber trabalhar bem com estas ferramentas informáticas. O meu incentivo e solidariedade à Maria José Quintela para que seja capaz de desenhar o seu espaço na blogosfera e possa chegar aos milhares de utilizadores espalhados por todo o mundo. Tenho um grande apreço por si e sinto-me um viciado na sua escrita. Parabéns.
É isso mesmo Pê-pê! Escrever ainda é o mais fácil! Mas confesso que me sinto seriamente tentada a criar um blog. Enquanto isso não acontece, continuarei a participar neste lugar mágico.
Obrigada a ambos, IMA e PÊ-PÊ, pelo incentovo.
Força Maria José. Lembre-se de avisar quando nascer o seu blog e dizer o sítio. Obrigado, por mostrar seu entusiasmo e aceitar a sugestão deste "ignorante" da informática.
De Guillaume Apollinaire
LAÇOS
Cordas feitas de gritos
Sons de sinos através da Europa
Séculos enforcados
Carris que amarrais nações
Não somos mais que dois ou três homens
Livres de todas as peias
Vamos dar-nos as mãos
Violenta chuva que penteia os fumos
Cordas
Cordas tecidas
Cabos submarinos
Torres de Babel transformadas em pontes
Aranhas-Pontífices
Todos os apaixonados que um só laço enlaçou
Outros laços mais firmes
Brancas estrias de luz
Cordas e Concórdia
Escrevo apenas para vos celebrar
Ó sentido ó sentidos caros
Inimigos do recordar
Inimigos do desejar
Inimigos da saudade
Inimigos das lágrimas
Inimigos de tudo o que eu amo ainda
Traduzido por Jorge de Sena
Amar é um elo
entre o azul
e o amarelo
Paulo Leminsky
"Se não te lembram as menores tolices que o amor te levou a fazer, é que jamais amaste".
William Shakespeare
O Livro dos Amantes
II
Harmonioso vulto que em mim se dilui.
Tu és o poema
e és a origem donde ele flui.
Intuito de ter. Intuito de amor
não compreendido.
Fica assim amor. Fica assim intuito.
Prometido.
Natália Correia
"A natureza do amor tem sempre algo de impertinente."
Johann Wolfgang von Goethe
"Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que fez a tua rosa tão importante".
Saint-Exupéry, em O Pequeno Príncipe
"A melhor definição de amor não vale um beijo."
Machado de Assis
Não posso adiar o amor
Não posso adiar o amor para outro século
Não posso
Ainda que o grito sufoque na garganta
Ainda que o ódio estale e crepite e arda
Sob montanhas cinzentas
E montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
Que é uma arma de dois gumes
Amor e ódio
Não posso adiar
Ainda que a noite pese séculos sobre as costas
E a aurora indecisa demore
Não posso adiar para outro século a minha vida
Nem o meu amor
Nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
António Ramos Rosa
"O amor é uma flor delicada, mas é preciso ter a coragem de ir colhê-la à beira de um precipício."
Sthendal
Sijo del amor
Una gota de lluvia, cae en tu nariz., transparente como el cuarzo
y se diluye tenue en la comisura de tus labios
¡Beatrice! Tú iluminas de arco iris mis párpados!
Leo Zelada, Poemas Orientales
Me encanta este hogar. Felicitaciones.
María
(…)
Alcanzo a tocar una estrella o dos
antes de que se desdibuje la noche y
hasta nosotros llegue
el mundo;
los colores animados;
el pictograma con sus dorados tentáculos
abrazándonos,
estrangulando todo lo que no hicimos,
ni dijimos.
Y así, violentamente,
poder arrancarnos
de este improvisado edén
situado en ninguna parte.
(…)
Marta Fernández
Cor
(…)
Das águas, das marés, dos signos e do Amor.
É preciso calar o arco e a corrente
E ser nesta varanda um pouco só de cor.
Natércia Freire
Muitos parabéns pelo seu "CANTINHO" público. Um verdadeiro baú de "MÁXIMAS" que nos traz conforto interior.
Invierno para beberlo
(…)
Cada vez que abro los labios
Inundo de nubes el vacío
En el puerto
Los mástiles están llenos de nidos
Y el viento
gime entre las alas de los pájaros
Vicente Huidobro
"Só existem dois dias em que nada pode ser feito.
Um se chama ontem e o outro amanhã.
Portanto, hoje é o dia para amar, acreditar
e principalmente viver."
Dalai Lama
"Aqueles que amamos nunca morrem; apenas partem antes de nós."
(A. Nervo)
o Cio da Terra
O cio da terra
Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão
E se fartar de pão
Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel
Se lambuzar de mel
Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão
Milton Nascimento
Chico Buarque/1977
Chove...
Mas isso que importa!,
se estou aqui abrigado nesta porta
a ouvir a chuva que cai do céu
uma melodia de silêncio
que ninguém mais ouve
senão eu?
Chove...
Mas é do destino
de quem ama
ouvir um violino
até na lama.
JOSÉ GOMES FERREIRA
O amor continua (e continuará,pois é da sua natureza) a suscitar os mais veementes e contraditórios sentimentos.
Mais uma acha para a fogueira!
FOGO POSTO
Quero pedir-te um favor:
recolhe as minhas palavras
e faz um monte com elas,
ateia o fogo em redor
até que brilhem estrelas.
E sem olhar para trás,
vira as costas à fogueira
e não as vejas arder.
Se disso não fores capaz,
corres risco de cegueira
e a alma vai-te doer!
MARIA JOSÉ QUINTELA
"As águas correm mansamente onde o leito é mais profundo".
William Shakespeare
Obrigada, amigos...
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