quinta-feira, novembro 22, 2007


Jaeda De Walt

só com a linguagem dos corpos
consigo responder à letra
ao teu silêncio



Fernando Diniz

terça-feira, novembro 20, 2007


Barteczko,Michal

Entras como um punhal
até à minha vida.
Rasgas de estrelas e de sal
a carne da ferida.

Dá-me um beijo ou a morte...

Fernando Echevarría

quarta-feira, novembro 14, 2007


karol liver

Olá. (Tenho saudades.) Hoje lembrei-me de ti, não (tenho feito outra coisa ) imagino porquê. Que tal almoçarmos (agora ) um dia destes? Apetece-me (corromper-te com beijos) conversar contigo. Lanchar, se te der mais jeito e (desvirginar o teu silêncio com a minha língua )ouvir-te falar. Preciso de saber (que ainda me queres) o que tens andado a ler. Já nem sei o que te costumava dizer, mas (ainda soletro de cor as palavras com que me vestiste) que não seja por isso: o exercício (do amor) da amizade é como andar de bicicleta. Sei que tens muito trabalho (quero lá saber) e que mal te lembras de mim (atreve-te a esquecer-me). Mas, para um (amor) amigo, arranjamos sempre um bocadinho. Uma (vida) hora, é só o que te peço. Naquele hotel da baixa, o que tem (o quarto) a esplanada de frente para o rio, lembras-te? Em não podendo ser, (morro) deixa estar. Talvez para a próxima (reencarnação).

Roubado aqui

sábado, novembro 10, 2007

breve encontro


Scott Murdoch

Este é o amor das palavras demoradas
Moradas habitadas
Nelas mora
Em memória e demora
O nosso breve encontro com a vida

Sophia de Melo Breyner Andersen

quinta-feira, novembro 08, 2007



Suspensa sem ti , está a minha vida.
Suspensa de ti.

Suspensa.

terça-feira, novembro 06, 2007

Canção contra o destino


Fima Gelman

... se é para morrer
que seja como o amor:
tanto e sempre
que não será derradeira a última vez...

Mia Couto

segunda-feira, novembro 05, 2007

Sem depois


Marta Bauza

Todas as vidas gastei
para morrer contigo.

E agora
esfumou-se o tempo
e perdi o teu passo
para além da curva do rio.

Rasguei as cartas.
Em vão: o papel restou intacto.
Só os meus dedos murcharam, decepados.

Queimei as fotos.
Em vão: as imagens restaram incólumes
e só os meus olhos
se desfizeram, redondas cinzas.

Com que roupa
vestirei minha alma
agora que já não há domingos?

Quero morrer, não consigo.
Depois de te viver
não há poente
nem o enfim de um fim.

Todas as mortes gastei
para viver contigo.

Mia Couto