quarta-feira, novembro 08, 2006

Hieróglifo


edyta pilichochovka

Na pedra da alma
gravo a cifra
do que sinto:
sou a um só tempo
o alvo
o caçador
e o arco tenso,
estendido.

Micheliny Verunschk

3 comentários:

Anónimo disse...

" Tenho uma espécie de dever de sonhar sempre, pois, não sendo mais, nem querendo ser mais, que um espectador de mim mesmo, tenho que ter o melhor espectáculo que posso. Assim me construo a ouro e sedas, em salas supostas, palco falso, cenário antigo, sonho criado entre jogos de luzes brandas e músicas invisíveis."

FERNANDO PESSOA (O Livro do Desassossego)

Ima disse...

Lindo!

Anónimo disse...

O tempo desenha a noite longa. E o silêncio preenche os espaços no eco da minha voz.
O pensamento viaja e regressa ao mesmo ponto. Em cada apeadeiro, uma emoção descontrolada ou contida. Um diálogo entrecortado de palavras desligada.
A escuridão veste-se de esboços em movimento lento.
Cores. Cheiros. Sons. A vida improvável.
Palavras soltas à deriva.
Sonhos meio sonhados na placidez do devaneio.
Intenções que não se cumprem.
O medo a preto e branco.
Em cada memória, a mistura fictícia da aparência e realidade.
Símbolos.
Metáforas.
A opção pela fantasia.
O desenho da noite interrompido e iniciado noutro ponto.
E as histórias sempre recomeçadas sem fio condutor...
(continua)

MARIA JOSÉ QUINTELA (Do Lugar de Mim - Uma Voz do Avesso)