E não poder fugir, não poder fugir nunca, a este destino de dinamitar rochas dentro do peito...
METAMORFOSEEnquanto foste rioeu fui nascente;enquanto foste mareu fui corrente;agora que és desertoeu sou poente...
ASSIMAssim por muito mais e muito menosAssim por heroísmo e cobardia.Assim a tarde a noite no momento.Assim pensar em mim quando vivias.Assim os dedos longos nos cabelosDos mortos abraçados e cativos.Assim esta miséria de estar vivaE não saber estar viva quando vivo.Assim nas brancas árvores o tempoAssim ter acabado o meu destinoE ler-me noutros versos, noutros nomes,Assim desconhecer aonde habito.Assim por muito mais e muito menosSe acaba, em vida, a vida ao suicida.Assim por ser a hora mais cinzenta,O desamparo assim da minha vida.NATÉRCIA FREIRE
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2 comentários:
METAMORFOSE
Enquanto foste rio
eu fui nascente;
enquanto foste mar
eu fui corrente;
agora que és deserto
eu sou poente...
ASSIM
Assim por muito mais e muito menos
Assim por heroísmo e cobardia.
Assim a tarde a noite no momento.
Assim pensar em mim quando vivias.
Assim os dedos longos nos cabelos
Dos mortos abraçados e cativos.
Assim esta miséria de estar viva
E não saber estar viva quando vivo.
Assim nas brancas árvores o tempo
Assim ter acabado o meu destino
E ler-me noutros versos, noutros nomes,
Assim desconhecer aonde habito.
Assim por muito mais e muito menos
Se acaba, em vida, a vida ao suicida.
Assim por ser a hora mais cinzenta,
O desamparo assim da minha vida.
NATÉRCIA FREIRE
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