quinta-feira, novembro 16, 2006

Assim


edyta pilichochovka

É sempre noite dentro
que os teus silêncios
chamam por mim
e é assim
que te espero
assim te quero
assim
quando me rendo
por fim


Ana Vidal

2 comentários:

Anónimo disse...

METAMORFOSE

Enquanto foste rio
eu fui nascente;
enquanto foste mar
eu fui corrente;
agora que és deserto
eu sou poente...

Anónimo disse...

ASSIM

Assim por muito mais e muito menos
Assim por heroísmo e cobardia.
Assim a tarde a noite no momento.
Assim pensar em mim quando vivias.

Assim os dedos longos nos cabelos
Dos mortos abraçados e cativos.
Assim esta miséria de estar viva
E não saber estar viva quando vivo.

Assim nas brancas árvores o tempo
Assim ter acabado o meu destino
E ler-me noutros versos, noutros nomes,
Assim desconhecer aonde habito.

Assim por muito mais e muito menos
Se acaba, em vida, a vida ao suicida.

Assim por ser a hora mais cinzenta,
O desamparo assim da minha vida.

NATÉRCIA FREIRE