quarta-feira, maio 31, 2006

e se...


Karl Philip Duarte

E se não voltarmos a dizer... ou a dizê-lo?
E se não voltarmos a ser? a sê-lo?
E se não voltarmos a fazer?
E se não voltarmos?

E se eu for água...tu queres ser terra?

De Macaso, aqui

terça-feira, maio 30, 2006


katarzyna Widmanska

Acordo com o teu nome nos
meus lábios - amargo beijo

esse que o tempo dá sem
aviso a quem não esquece.

Maria do Rosário Pedreira

sexta-feira, maio 26, 2006

fala-me


Katarzyna Widmanska

Fala-me com ênfase,

se não tiveres mais nada a dizer,
de como se esquece um grande amor.

Silvia Chueire

terça-feira, maio 23, 2006


Nicola Borissov

Não te quero senão porque te quero
e de querer-te a não querer-te chego
e de esperar-te quando não te espero
passa meu coração do frio ao fogo.

Pablo Neruda

segunda-feira, maio 22, 2006

será tarde?


Velin Pektov

será tarde ?
parece ser sempre tardio
do amor, o reconhecimento.

será tarde para ofereceres
um gesto, uma canção,
o teu peito sem reservas ?

Silvia Chueire

Lembras-te?



Se a nossa amizade depende de coisas como o espaço e o tempo, então, quando finalmente ultrapassarmos o espaço e o tempo teremos destruido a nossa amizade. Mas, ultrapassado o espaço, tudo o que nos resta é aqui. Ultrapassado o tempo, tudo o que nos resta é agora...

Richard Bach, Fernão Capelo Gaivota

domingo, maio 21, 2006



meus pensamentos
cruzam os teus
como aviões no ar da janela
os corações acenam
sem saber se vão voltar

Alice Ruiz


dizes ...
que não há
mapas para os sonhos de quem morre de amor ...


Se não me amas, porque me avisas da dor?

Maria do Rosário Pedreira




sábado, maio 20, 2006

Grito na noite



Quebraram-se todos os sóis
na noite interminável
em que te perdi.

Costurei minha boca
para que não vertesse segredos ,
os olhos para que não chorassem.

Partiram-se todos os cristais
na noite em que partiste.

Silvia Chueire

sexta-feira, maio 19, 2006

As palavras


thomas kreyn

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta?

Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade

quinta-feira, maio 18, 2006

Desenho


Agnieszka Parkitna

Desenho o teu nome de cor
com os lábios.

Escapa-me da boca
quando não espero

tudo que faço é desenhar o sonho...


Silvia Chueire

quarta-feira, maio 17, 2006



o poeta é um fingidor.
finge tão completamente
que chega a fingir que é dor
a dor que deveras sente.

Fernando Pessoa

No quisera que lloviera



No quisiera que lloviera
te lo juro...

Cristina Peri Rossi

domingo, maio 14, 2006

R.I.P.



Ese amor murió
sucumbió
está muerto
aniquilado
fenecido
finiquitado
occiso
perecido
obliterado
muerto
sepultado
entonces,

¿porqué late todavía?

Cristina Peri Rossi

sexta-feira, maio 12, 2006


Sweetcharade

...não te apagues, sonho! mata-me

como eu sonhei.

José Régio

quinta-feira, maio 11, 2006


thomas kreyn

Despeço-me de ti em silêncio . Despeço-me de ti para não ter que me despedir de mim . Uma pessoa não pode viver na dor e na falta a esperar que o tempo volte.


Silvia Chueire

segunda-feira, maio 08, 2006


thomas kreyn

ontem, esqueci todas as respostas: os teus dedos,
a tua pele e a memória. os teus cabelos, os teus lábios
e os sonhos. ontem, deixei de saber o que é um olhar.


José Luís Peixoto

quarta-feira, maio 03, 2006


Lilya Corneli

...mas eu, sem ti, deito-me gelada sobre a cama
e digo palavras que queimam a boca por dentro - amor,

saudade, o teu nome e o nome das coisas que tocaste...

Maria do Rosário Pedreira


Calo a custo
as palavras que me falam de ti:
agarro-as uma a uma,
com todo o cuidado,
antes que se amontoem,
e reduzo-as a silêncio,
uma e outra vez.

Luís Ene