sábado, março 18, 2006


Philippe Pache

...daqui a nada estou na estalagem nos braços dele, um perder de vista de água prateada, ele chama-me da janela do quarto, diz o meu nome

um susto de que o coração não se esquece, uma bênção de que os olhos não se refazem, as ondas aos nossos pés, a espuma rendada, murmúrios, fecho os olhos por um bocadinho, nenhuma manhã me vai roubar este sonho tão bonito, nunca mais nenhuma manhã, a minha vida um sobressalto no sono continuado do universo, fecho os olhos por um bocadinho, um sono tranquilo, aqui dentro, aqui onde estou, aconteça o que acontecer nada acontece

inesperadamente

Dulce Maria Cardoso

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