quarta-feira, janeiro 10, 2007

nunca


david ho

Nunca deixo de te mentir, disseste.

Soaram como um eco as tuas palavras, um eco de casa antiga, anos demais. Um eco das palavras que nunca disseste, as palavras que teriam quebrado os meus sonhos, as palavras que eu implorei, um dia. E não por serem duras, apenas por serem verdade.
Hoje, o seu eco estilhaçou a imagem que guardei de nós, como quem estilhaça uma porcelana antiga, religiosamente guardada entre panos de linho, no fundo de uma gaveta.
Nunca deixo de te mentir, disseste.

1 comentário:

Anónimo disse...

Estilhaçada uma imagem,
revela-se outra vida!
Beijo