De que vale tentar reconstruir com palavras
o que o verão levou
entre nuvens e risos
junto com o jornal velho pelos ares?
O sonho na boca, o incêndio na cama.
o apelo na noite
agora são apenas esta
contracção (este clarão)
de maxilar dentro do rosto.
A poesia é o presente
Ferreira Gullar
1 comentário:
"Até essa noite, ainda não tinhas percebido como se podia ignorar aquilo que vêem os olhos, aquilo que tocam as mãos, aquilo que toca o corpo. Descobres essa ignorância.
Dizes: Não vejo nada.
Ela não responde.
Dorme."
Marguerite Duras, in Textos Secretos
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