E não poder fugir, não poder fugir nunca, a este destino
de dinamitar rochas dentro do peito...
quarta-feira, junho 21, 2006
Eu sou
Karl Philip Duarte Derruba-me Eu deixo Explora-me Eu fico Esmaga-me Eu quero Vem Eu espero Permanece Eu estou Ama-me E eu sou. Encandescente, Erotismo na Cidade
4 comentários:
Anónimo
disse...
Dor de ausencia
Esta noite aflíxeme a dor da túa ausencia; berrei o teu nome, arelei facerte miña, posuíchesme, ata me halucinares. Crin verte, sentín o teu corpo palpitar ao compás das miñas cariñas. Escoitei como repetías palabras de amor. Berramos xuntos. Acordei varias veces, coa única escusa de te ollar ata máis aló do amencer. Non foi un soño, non pode ser, quero acreditar que non estás lonxe, é mester non te esvaeceres coa luz do día.
¿Qué dirías si hoy te invitara a mis sueños? Tus labios de manzana sobre la piel golosa de mis ingles toda la noche -di, ¿qué pensarías?-, tu saliva frutal levemente aromando el hambriento contorno de mi vientre... Qué cosecha tan dulce (semillas y caricias y extravíos) para un mundo sin sol. Dime, ¿no acudirías si también esta noche te convoco a mis sueños?
Eu muito te agradeço, amante-amiga, este teu corpo que com fúria eu possuía, corpo que eu mais amava quanto mais o via, pequeno e manso enigma que eu decifrei como podia.
Agora eu te diria o que não soubeste e nunca o saberias: o que naquele instante eu te ofertava nunca a mim eu já doara e nunca o doaria.
Nele eu fui pousar quando cansado e dúbio, dele eu fui tomar quando ofegante e rubro, dele e nele eu revivia e foi por ele que eu senti a solidão, e o amor que em mim havia.
Teu corpo quando amava me excedia, e me excedendo com o amor foi me envolvendo, e nesse amor absorvente de tal forma absorvendo, que agora que o não tenho não sei como permaneço nesta ausência em que tuas formas se envolveram, tanto o amor e a forma do teu corpo no meu corpo se inscreveram.
Estranho e duro amor é o nosso amor, amante-amiga, que não se farta de partir-se e não se cansa de querer-se. Amor todo feito de distâncias necessárias que te trazem e de partidas sucessivas que me levam. Que espécie de amor é esse amor que nos doamos sem pensar e sem querer com tanto amor e tão profundo magoar? Estranho e duro amor que não se basta e de outros amores se socorre e se compensa e neste alheio compensar-se nunca se alimenta, mas se avilta e se desgasta.
Estranho amor, ferino amor, instável amor
feito sem muita paz, com certo desengano e um desconsolo prolongado.
Feito de promessas sem futuro e de um presente de saudades. Chorar tão dúbio amor quem há-de?
Estranho amor e duro amor incerto amor,
que não te deu o instante que esperavas e a mim me sobejou do que faltava.
Vem de longe a tua voz. De tão longe que duvido de mim mesma ao ouvi-la. Será que te ouço ou será a mim mesma que escuto? Serão minhas as palavras que murmuras, serei ainda eu? Ou serão apenas ecos do amor que fui, que foste um dia?
4 comentários:
Dor de ausencia
Esta noite aflíxeme
a dor da túa ausencia;
berrei o teu nome,
arelei facerte miña,
posuíchesme,
ata me halucinares.
Crin verte,
sentín o teu corpo palpitar
ao compás das miñas cariñas.
Escoitei
como repetías
palabras de amor.
Berramos xuntos.
Acordei varias veces,
coa única escusa
de te ollar
ata máis aló do amencer.
Non foi un soño, non pode ser,
quero acreditar que non estás lonxe,
é mester non te esvaeceres
coa luz do día.
DE LOS SUEÑOS
¿Qué dirías si hoy te invitara a mis sueños?
Tus labios de manzana
sobre la piel golosa de mis ingles
toda la noche -di, ¿qué pensarías?-,
tu saliva frutal levemente aromando
el hambriento contorno de mi vientre...
Qué cosecha tan dulce
(semillas y caricias y extravíos)
para un mundo sin sol.
Dime, ¿no acudirías
si también esta noche te convoco a mis sueños?
Josefa Parra
Eu muito te agradeço, amante-amiga,
este teu corpo que com fúria eu possuía,
corpo que eu mais amava
quanto mais o via,
pequeno e manso enigma
que eu decifrei como podia.
Agora eu te diria
o que não soubeste
e nunca o saberias:
o que naquele instante eu te ofertava
nunca a mim eu já doara
e nunca o doaria.
Nele eu fui pousar
quando cansado e dúbio,
dele eu fui tomar
quando ofegante e rubro,
dele e nele eu revivia
e foi por ele que eu senti
a solidão, e o amor
que em mim havia.
Teu corpo quando amava
me excedia,
e me excedendo
com o amor foi me envolvendo,
e nesse amor absorvente
de tal forma absorvendo,
que agora que o não tenho
não sei como permaneço nesta ausência
em que tuas formas se envolveram,
tanto o amor
e a forma do teu corpo
no meu corpo se inscreveram.
Estranho e duro amor
é o nosso amor, amante-amiga,
que não se farta de partir-se
e não se cansa de querer-se.
Amor
todo feito de distâncias necessárias
que te trazem
e de partidas sucessivas
que me levam.
Que espécie de amor
é esse amor que nos doamos
sem pensar e sem querer com tanto amor
e tão profundo magoar?
Estranho e duro amor
que não se basta
e de outros amores se socorre
e se compensa
e neste alheio compensar-se
nunca se alimenta,
mas se avilta e se desgasta.
Estranho amor,
ferino amor,
instável amor
feito sem muita paz,
com certo desengano
e um desconsolo prolongado.
Feito de promessas sem futuro
e de um presente de saudades.
Chorar tão dúbio amor
quem há-de?
Estranho amor
e duro amor
incerto amor,
que não te deu o instante que esperavas
e a mim me sobejou do que faltava.
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