E não poder fugir, não poder fugir nunca, a este destino
de dinamitar rochas dentro do peito...
sexta-feira, dezembro 09, 2005
nas mãos
tenho nas mãos o mar que me ilumina os olhos, a memória do corpo a sulcar a água, da água a navegar-me a pele. o desejo de ti a caminhar por mim ontem como se fosse hoje. silvia chueire
1 comentário:
Anónimo
disse...
Momento
Chegado o momento em que tudo é tudo dos teus pés ao ventre das ancas à nuca ouve-se a torrente de um rio confuso Levanta-se o vento Comparece a lua Entre linguas e dentes este sol nocturno Nos teus quatro membros de curvos arbustos lavra um só incêndio que se torna muitos Cadente silêncio sob o que murmuras Por fora por dentro do bosque do púbis crepitam-me os dedos tocando alaúde nas cordas dos nervos a que te reduzes Assim o momento em que tudo é tudo Mais concretamente água fogo música
Vem de longe a tua voz. De tão longe que duvido de mim mesma ao ouvi-la. Será que te ouço ou será a mim mesma que escuto? Serão minhas as palavras que murmuras, serei ainda eu? Ou serão apenas ecos do amor que fui, que foste um dia?
1 comentário:
Momento
Chegado o momento
em que tudo é tudo
dos teus pés ao ventre
das ancas à nuca
ouve-se a torrente
de um rio confuso
Levanta-se o vento
Comparece a lua
Entre linguas e dentes
este sol nocturno
Nos teus quatro membros
de curvos arbustos
lavra um só incêndio
que se torna muitos
Cadente silêncio
sob o que murmuras
Por fora por dentro
do bosque do púbis
crepitam-me os dedos
tocando alaúde
nas cordas dos nervos
a que te reduzes
Assim o momento
em que tudo é tudo
Mais concretamente
água fogo música
David Mourão Ferreira
(VR)
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