sábado, dezembro 31, 2005
quinta-feira, dezembro 29, 2005
Monólogo
domingo, dezembro 25, 2005
Persona
sábado, dezembro 24, 2005
sexta-feira, dezembro 23, 2005
Prazer e êxtase
quinta-feira, dezembro 22, 2005
Colada à tua boca a minha desordem
Colada à tua boca a minha desordem.
O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas descomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te sôfrega
Como se fosses morrer colado à minha boca.
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer.
Hilda Hilst
Poder
terça-feira, dezembro 20, 2005
Tu Nombre
Trato de escribir en la oscuridad tu nombre. Trato de escribir que te amo. Trato de decir a oscuras esto. No quiero que nadie se entere, que nadie me mire a las tres de la mañana paseando de un lado a otro de la estancia, loco, lleno de ti, enamorado. Iluminado, ciego, lleno de ti, derramándote. Digo tu nombre con todo el silencio de la noche, lo grita mi corazón amordazado. Repito tu nombre, vuelvo a decirlo, lo digo incansablemente, y estoy seguro que habrá de amanecer.
Jaime Sabines
sexta-feira, dezembro 16, 2005
Diz
...
Diz-me do amor as palavras mais absurdas
Se mas disseres na boca
Serão todas elas verdades.
Encandescente
quarta-feira, dezembro 14, 2005
Grave
terça-feira, dezembro 13, 2005
Eu sei quando te amo:
é quando com teu corpo eu me confundo,
não apenas nesta mistura de massa e forma,
mas quando na tua alma eu me introduzo
e sinto que meu sangue corre em ti,
e tudo que é teu corpo
não é que um corpo meu
que se alongou de mim.
Eu sei quando te amo:
é quando eu te apalpo e não te sinto,
e sinto que a mim mesmo então me abraço,
a mim que amo e sou um duplo,
eu mesmo
e o corpo teu pulsando em mim.
Affonso Romano de Sant'Anna
domingo, dezembro 11, 2005
Gostava de morar na tua pele
desintegrar-me em ti e reintegrar-me
não este exílio escrito no papel
por não poder ser carne em tua carne.
Gostava de fazer o que tu queres
ser alma em tua alma em um só corpo
não o perto e o distante entre dois seres
não este haver sempre um e sempre o outro.
Um corpo noutro corpo e ao fim nenhum
tu és eu e eu sou tu e ambos ninguém
seremos sempre dois sendo só um.
Por isso esta ferida que faz bem
este prazer que dói como outro algum
e este estar-se tão dentro e sempre aquém.
Manuel Alegre, Sete Sonetos e um Quarto
Lo Innominado
Lo sabíamos ambos,
por eso era superfluo repetirlo -también eso sabíamos-,
aunque a veces la noche se encarnizara en darnos
las palabras más bellas, por si acaso crecían.
Esas veces que faltaba un mal minuto
para que hubiese chispas rodando por el suelo,
y había que apartar los ojos, y amarrarse
los lazos casi sueltos de la triste cordura.
Porque también sabíamos que era cosa de locos,
desvarío extremado (aunque, sí, delicioso)
y que era necesario extirparlo de golpe,
o sacarle los ojos, o cortarle las manos,
para que no salies
a la luz y mostrase
su inocencia perfecta, que no iba a entender nadie.
Josefa Parra
sexta-feira, dezembro 09, 2005
No amor também as palavras
são necessárias. Os gestos talvez não bastem.
Nem a chuva lá fora enquanto o amor se inflama.
Nem o sussurro nas árvores quando os corpos serenam.
Nem a melopeia das águas quando as bocas se esmagam.
Nem o fulgor dos olhos quando a paixão se impacienta.
Penso no amor e logo invento palavras
e logo as palavras se põem ébrias.
Penso no amor e logo as palavras
se soltam como fogosas aves
a que não pergunto o rumo.
Penso no amor e logo preciso
que as palavras digam
que amor é este em que penso e em que grito.
Fernando Namora
nas mãos
quinta-feira, dezembro 08, 2005
Foi um beijo...
foi um beijo onde não importava a boca
só tuas mãos quentes me apertando pelas costas
nada estava acontecendo na minha frente
e a ansiedade que havia não era pouca
teus dedos perguntavam pra minha blusa
se meu corpo acolheria um delinqüente
descoladas as línguas um instante
minha resposta saiu um tanto rouca
Martha Medeiros
terça-feira, dezembro 06, 2005
Amália Ruiz encontrou a paixão da sua vida no corpo e na voz de um homem proibido. Durante mais de um ano viu-o chegar febril à beira da sua saia, que saía voando depois de um abraço. Não falavam muito, conheciam-se como se tivessem nascido no mesmo quarto, e um simples roçar dos seus agasalhos causava-lhes estremecimentos e ditas. O resto saía-lhes dos seus corpos felizes com tanta facilidade que, pouco tempo depois de se encontrarem, no quarto dos seus amores soava a Sinfonia Pastoral e cheirava a perfume como se Coco Chanel o tivesse inventado.
Aquela glória mantinha as suas vidas suspensas e convertia a sua morte num impossível. Por isso eram belos como um feitiço e promissórios como uma fantasia.
Até que, numa noite de Outubro, o amante da tia Meli chegou ao encontro atrasado e a falar de negócios. Ela deixou-se beijar sem paixão e sentiu o hálito da habituação devastando-lhe a boca. Guardou para si as censuras, mas saiu a correr para casa e nunca mais quis saber daquele amor.
Quando o impossível se quer transformar em rotina, é preciso abandoná-lo – Explicou à irmã, que não era capaz de entender uma atitude tão radical. – não podemos embarcar na história de ambicionar uma coisa proibida, de a possuir às vezes como uma bênção, de a desejar sobretudo por isso, por ser impossível, desesperada, e de um momento para o outro vê-la converter-se no anexo de um escritório.
Não posso permiti-lo, não vou permiti-lo. Seja por amor de Deus que algo tem de proibido e por isso é abençoado.
Mulheres de olhos grandes, Angeles Mastretta
domingo, dezembro 04, 2005
Limites do amor
Rubro Toque
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