sexta-feira, setembro 08, 2006
Não a alma
Lutz Behnke
-Não me toques a alma.
E ele que já a conhecia inteira, que já a tocara toda, que já lhe seguira nos pés as marcas deixadas pelas calçadas que ela pisara, que já lhe sentira nas pernas o cansaço dos caminhos percorridos e que lhe deixavam os músculos rígidos e tensos e que ele tocava e massajava até ficarem moles e lassos e distendidos. Ele que já lhe abrira as coxas e com os dedos as acariciara, e as percorrera, e as olhara e as desejara, e deitara o rosto no ventre liso e vira as gotas de suor que desciam pelo peito, e paravam no umbigo, e dele transbordavam e ele abria a boca e bebia-as….
- Não me toques a alma.
E ele com medo de perguntar o porquê. Ele que a segurava pelas nádegas e a encostava ao sexo e a encaixava no sexo, e ela ondulava e ele ondulava, e ele embalava-a os dentes mordendo-lhe o ombro, e ela mordendo os lábios, e os dois mordendo-se e dando-se boca, dentes e gemidos….
-Não me toques a alma.
E ele que já a beijara, que já a lambera, que já bebera dela suor, que já provara dela o orgasmo, que já sentira na boca o palpitar do coração enquanto lhe mordia o peito e lhe prendia os mamilos entre os lábios e os sugava devagar, e ela se contorcia e lhe dava o corpo e ele queria a alma e ela dizia:
- Não me toques a alma, assim poderás sempre partir. Assim poderei sempre não voltar.
Encandescente
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1 comentário:
Teu corpo é
Refúgio
Local secreto
Esconderijo
Ponto de fuga
Local de chegada
Nele
Me escondo
Me isolo do mundo
Me torno eremita
Te encontro
E me perco
(VR)
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