quarta-feira, maio 17, 2006



o poeta é um fingidor.
finge tão completamente
que chega a fingir que é dor
a dor que deveras sente.

Fernando Pessoa

4 comentários:

Anónimo disse...

Ela, nua na varanda, nessa longa madrugada de lua cheia, desejava que as mãos que não sendo as dela, nunca mais lhe abandonassem o corpo.

Anónimo disse...

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

Fernando Pessoa

(VR)
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Anónimo disse...

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