terça-feira, abril 25, 2006
Meu querido
Escrevo-te do quarto onde não estás, olhando a porta por onde saíste, fechada na pergunta que te fiz:
- Ainda me queres?
Depois de saíres fiquei deitada um bom bocado num mar de dúvidas e lençóis molhados, telefonei-te e não atendeste, escrevi-te cartas vieram devolvidas, e eu na dúvida:
- Será que ele me quer?
Comprei vinte rolos de papel de parede e forrei o quarto todo a malmequeres e todos os dias desde que saíste, risco um malmequer e pergunto às pétalas:
- Será que ele me quer bem? Será que mal me quer?
Hoje escrevo-te do quarto onde não estás, olhando as paredes cheias de pétalas riscadas, deitada na cama seca e fria onde já não te deitas, olhando a porta por onde saíste e onde está colado o último malmequer e as pétalas riscadas como todas as outras disseram de ti que já não me queres.
Adeus.
encandescente
sábado, abril 22, 2006
Contradição
Ira Bordo
não sei
se te ame
se te esqueça
sei que te amo
mistério sonhado em verdade
mentira na nítida realidade
sei que te esqueço
escondida quando possuída
poço sem fundo posse ferida
amo ou esqueço?
...
daniel , aqui
quarta-feira, abril 19, 2006
domingo, abril 16, 2006
segunda-feira, abril 10, 2006
domingo, abril 09, 2006
a cidade que fomos
quinta-feira, abril 06, 2006
quarta-feira, abril 05, 2006
Partir o sonho
Como se parte um sonho?
Quebra-se um sonho
como se quebraria um coco.
Se verde,
partimo-lo com um facão
e muita força.
Maduro exige-nos o martelo
ou atirá-lo ao chão
muitas vezes.
De qualquer modo
é preciso ser firme.
Na intenção
e no gesto.
Silvia Chueire
Quebra-se um sonho
como se quebraria um coco.
Se verde,
partimo-lo com um facão
e muita força.
Maduro exige-nos o martelo
ou atirá-lo ao chão
muitas vezes.
De qualquer modo
é preciso ser firme.
Na intenção
e no gesto.
Silvia Chueire
segunda-feira, abril 03, 2006
Ai a tua boca
A tua boca
Ai a tua boca
Que me diz palavras loucas
Roucas abafadas
Entrecortadas de gemidos
Húmida a paixão na tua boca
Que a minha procura e cala
E morde e cola
Palavras minhas às tuas
Gemidos meus aos teus
E as tuas mãos…
Ai as tuas mãos
Impacientes curiosas
Furiosas
Abrem trilhos e caminhos
Rasgam espaços entre os braços
Os meus que se entrecruzam
E lutam e se rendem
E se baixam e retidos
Corpo rendido nas tuas mãos…
E o teu sexo
Que o meu roça e se encosta
E foge nas minhas pernas
E desce nas minhas coxas
E subitamente de repente
Me invade me preenche
Me completa
E eu repleta
E na tua boca…
Ai as palavras loucas
Que digo na tua boca.
De Encandescente
desatinos
Subscrever:
Mensagens (Atom)