terça-feira, janeiro 31, 2006
domingo, janeiro 29, 2006
Horizonte
sexta-feira, janeiro 27, 2006
quarta-feira, janeiro 25, 2006
Natalie Shau
faria quase tudo
por amor: daria o sono e o sangue, a casa e a alegria,
e guardaria calados os fantasmas do medo, que são
os donos das maiores verdades. Já de outra vez mentira
e por amor haveria de sentar-se à mesa dele
e negar que o amava, porque amá-lo era um engano
ainda maior do que mentir-lhe.
Maria do Rosário Pedreira
terça-feira, janeiro 24, 2006
segunda-feira, janeiro 23, 2006
sábado, janeiro 21, 2006
lobo marinho
Contar-te longamente que já foi
num tempo doce coisa amar.
E mar.Contar-te longamente como doi
desembarcar nas ilhas misteriosas.
Contar-te o mar ardente e o verbo amar.
E longamente as coisas perigosas.
Manuel Alegre
sexta-feira, janeiro 20, 2006
é de tempo sobre este tempo que preciso
cheio e vibrante de
nenhuma hora perdida ao pensar-te
e de nenhum cansaço rendido à memória
de muitas coisas acontecidas sobre este tempo
em que nenhum exercício te esgota de mim
e que nenhum minuto liberta
que hoje seja há muitos anos atrás
cláudia Caetano
quinta-feira, janeiro 19, 2006
Não fiques imóvel
à beira do caminho
não congeles o júbilo
não queiras com indiferença
não te salves agora
nem nunca
não te salves
não te enchas de calma
não reserves do mundo
apenas um canto tranquilo
não deixes cair as pálpebras
pesadas como juízos
não fiques sem lábios
não adormeças sem sono
não te penses sem sangue
não te julgues sem tempo
mas se
ainda assim
não consegues evitá-lo
e congelas o júbilo
e queres com indiferença
e te salvas agora
e te enches de calma
e reservas do mundo
apenas um canto tranquilo
e deixas cair as pálpebras
pesadas como juízos
e te secas sem lábios
e adormeces sem sono
e te pensas sem sangue
e te julgas sem tempo
e ficas imóvel
à beira do caminho
e te salvas
então
não fiques comigo.
Mario Benedetti
sexta-feira, janeiro 13, 2006
memória
carregas a minha boca na tua,
esta memória que arde em ti.
e ainda assim te vais,
teu corpo e tua alma marcados
pelo amor,
meu corpo, minha alma.
hão de falar-te de mim os teus lábios,
a tua pele onde andaram os meus,
as nossas vozes misturadas
de palavras e sussurros.
lembrar-te-ão a cada dia.
silvia chueire
quarta-feira, janeiro 11, 2006
Disse-te
segunda-feira, janeiro 09, 2006
Esse sol
Por que tinha de tanto brilhar
Anunciar no meu peito a manhã
Para depois sumir
E deixar
Tão mais negro o meu céu, minha noite
Por que foi minha boca beber
Se embriagar da tua boca
P’ra sobrar tão mais amargo o gosto do vazio
E da solidão.
Meu coração prefere acreditar nessas promessas
Mesmo essas que só fazem
Abrir minhas janelas, p´ra nenhuma,
P´ra nenhuma paisagem.
Ah! Por que
Me invadir como doce canção
P´ra depois me ferir, me queimar
Com o ardor de toda paixão.
Eu assim
Te acolhi sem nenhuma defesa
Como nova estação quando chega
Um belo dia uma certeza
Um vinho dado à minha mesa
Uma palavra, um abraço de irmão.
Meu coração prefere acreditar nessas promessas
Mesmo essas que só fazem
Deixar na minha pele
Calor, luz, alegria p´ra
Nenhum verão.
(ouvindo Bethânia)
domingo, janeiro 08, 2006
sexta-feira, janeiro 06, 2006
quinta-feira, janeiro 05, 2006
Feltro (ao ouvido)
quarta-feira, janeiro 04, 2006
Estranho e duro amor
é o nosso amor
... que não se farta de partir-se
e não se cansa de querer-se.
Amor
todo feito de distâncias necessárias
que te trazem
e de partidas sucessivas
que me levam.
Que espécie de amor
é esse amor que nos doamos
sem pensar e sem querer com tanto amor
e tão profundo magoar?
...
Estranho amor,
ferino amor,
instável amor
feito sem muita paz,
com certo desengano
e um desconsolo prolongado.
Feito de promessas sem futuro
e de um presente de saudades.
Chorar tão dúbio amor quem há-de?
Estranho amor
e duro amor
incerto amor,
que não te deu o instante que esperavas
e a mim me sobejou do que faltava.
Affonso Romano de Sant'Anna
-Quando o teu pensamento
era o meu pensamento,
e ardia em brilho,
como sarça ardendo
Ou fui eu
que ao sonhar esse momento
me desejei,
te querendo?
E o que via de ti,
amor, amado,
era a mim própria,
paralela em amor,
como num espelho
por onde o teu olhar
me fosse doce riso,
branda pele,
e eu nele assim
cativa
Ana Luisa Amaral
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