quinta-feira, setembro 08, 2005



















mas nem sempre foi assim. não.
antes
era um tempo de me crescer. era um tempo de
ramificações de dias em sol. da paisagem debruada a mãos e
olhos. e como se tudo aí fosse eterno
era um tempo de para sempre eu
e tu.

era um tempo em que a minha voz se erguia clara
virgem de choro e
te cobria de beijos e nomes infindos. era um tempo
de pássaros mundos
de ruidosas asas de pássaros fugindo do meu
para o teu olhar. carícias e desejos de voar. em teus braços
em meus braços
a alegria era um ninho para dois corpos. e pensavamos
não pode haver outra
idade que esta primavera.

al berto

1 comentário:

Anónimo disse...

“Como se eu mesma fosse cela do meu corpo de sobremesa,
as horas de espera esfumam a doçura do formol.
O coração continua a derreter em bocados
os latidos de nuvem para o meu piscar simétrico:
mãos em lua, quanto te doem os olhos dos outros.
Aqui os relógios respiram sem bilhete de volta.
Entretanto, ao longe, conjuga-se uma pegada de cristal
Ninguém bate à porta da minha casa de neve.”

Elena Medel