domingo, junho 07, 2009


Zygmunt Kozimorsol

É preciso olhar de olhos nos olhos sem medo de cegar e com impiedosa calma as mãos sobre o peito do amor à nossa frente, a pressão dos polegares até o esterno ser um osso concreto de dor natural, ponto ou porta onde o corpo se despe da carne e a caixa da respiração se devolve ao sopro do universo. Lá, entre o equilíbrio musical dos astros suspensos, depositada flutuação no pano de negro silêncio, também o coração, astro também suspenso, brilha escuro, brilhante escuro, a flutuação da luz dentro. Este corpo de pó é de pó estrelas.

Eugénia de Vasconcellos

2 comentários:

Malu disse...

prendem-me sempre a mim, todos os recortes que aqui encontro...
desculpe-me a invasão, e de certo modo, o eco a alguns posts ou passagens aqui por si introduzidas... mas vejo-me ao espelho aqui neste blog... e fiquei muito mais vaidosa, desde que o descobri...

Ima disse...

Obrigada. Pelo eco e pela vaidade ao se ver ao espelho... Quem fica realmente vaidosa,sou eu...
Beijo