segunda-feira, junho 22, 2009
domingo, junho 07, 2009
Zygmunt Kozimorsol
É preciso olhar de olhos nos olhos sem medo de cegar e com impiedosa calma as mãos sobre o peito do amor à nossa frente, a pressão dos polegares até o esterno ser um osso concreto de dor natural, ponto ou porta onde o corpo se despe da carne e a caixa da respiração se devolve ao sopro do universo. Lá, entre o equilíbrio musical dos astros suspensos, depositada flutuação no pano de negro silêncio, também o coração, astro também suspenso, brilha escuro, brilhante escuro, a flutuação da luz dentro. Este corpo de pó é de pó estrelas.
Eugénia de Vasconcellos
Eugénia de Vasconcellos
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