quarta-feira, dezembro 24, 2008
segunda-feira, dezembro 22, 2008
quinta-feira, dezembro 18, 2008
quarta-feira, dezembro 17, 2008
segunda-feira, dezembro 15, 2008
sábado, dezembro 13, 2008
quinta-feira, dezembro 11, 2008
Vernon Trent
Corpo de mil bocas,
e todas fulvas de alegria,
todas para sorver,
todas para morder até que um grito
irrompa das entranhas,
e suba às torres,
e suplique um punhal.
Corpo para entregar às lágrimas.
Corpo para morrer.
Corpo para beber até ao fim -
meu oceano breve
e branco,
minha secreta embarcação,
meu vento favorável,
minha vária,
sempre incerta
navegação.
Eugénio de Andrade
terça-feira, dezembro 09, 2008
quinta-feira, dezembro 04, 2008
MARIAH
Falo contigo: e
tu ouves-me, não me ouvindo, como eu te ouço
sem saber se é o que eu quero ouvir que vem
das tuas frases, ou se dizes o contrário do que
sentes para que eu sinta a verdade do que nenhum
de nós sente
… Como se o amor
acabasse no meio do que não começou; ou
a distância pudesse apagar o que não tem fim.
Nuno Júdice, A Cartografia de Emoções
quinta-feira, novembro 27, 2008
Kay
...e assim me solto como um barco. sem a rede protectora das
palavras. o silêncio ao leme a falar como um oráculo. e eu no vício
insano de decifrar sinais.
Maria José Quintela
quarta-feira, novembro 26, 2008
Katia Chausheva
há silêncios que me protegem e silêncios que me atormentam.
outros há que me crescem rente à pele. tão desmedidamente que se
ouvem. como rios fecundos em noites brancas. afagos insaciados.
Maria José Quintela
quarta-feira, novembro 19, 2008
Piotr ROSINSKI
minha boca sopra no vento: eu te
amo eu te amo
uma navalha corta em dois meu
coração
CACASO
quarta-feira, novembro 12, 2008
Conta-mo outra vez
Szara Reneta
Conta-mo outra vez, é tão formoso
que não me canso nunca de escutá-lo.
Repete-mo de novo, os dois da história
foram felizes até vir a morte,
ela não foi infiel, ele nem
se lembrou de enganá-la.
E não esqueças,apesar do tempo e dos problemas,
todas as noites sempre se beijavam.
Conta-mo mil vezes, se faz favor:
é a história mais bela que conheço.
Amalia Bautista
sexta-feira, novembro 07, 2008
sonhei contigo
Maria José Amorim
...é verdade o sonho
poderá ter feito com que, nesta
rarefacção de ambos, a tua presença se
impusesse - como se cada gesto
do poema te restituisse um corpo
que sinto ao dizer o teu nome,confundindo os teus
lábios com o rebordo desta chávena
de café já frio. Então, bebo-o
de um trago o mesmo se pode fazer
ao amor, quando entre mim e ti
se instalou todo este espaço -terra, água, nuvens, rios e
o lago obscuro do tempo
que o inverno rouba à transparência
das fontes. É isto, porém, que
faz com que a solidão não seja mais
do que um lugar comum saber
que existes, aí, e estar contigo
mesmo que só o silêncio me
responda quando, uma vez mais
te chamo.
Nuno Júdice
terça-feira, outubro 28, 2008
MARIAH
Poiso a cabeça sobre a mão direita e penso: para o encontrar de novo recomeçaria tudo outra vez, andaria todos os caminhos, arriscaria a minha vida. Hora após hora, ele regressa ao meu pensamento, e vem do lugar de todas as ausências, e tem nos braços a mesma curva onde os pássaros iniciam o primeiro voo. Pedir-lhe-ia, agora, que só uma vez me dissesse: bebe a minha sede.
Graça Pires
terça-feira, outubro 21, 2008
diz
quarta-feira, outubro 15, 2008
Andreas Heumann
Beija-me
Sobre a areia fria, húmida do mar,
No sal da espuma alada
Que afaga de onda em onda os nossos pés,
No cintilar das estrelas álgidas, solitárias na noite,
Sobre os ossos lisos de corpos esfacelados e sangrentos.
Ajuda-me a lutar,
Envolve-me em teus braços
E deixa-me chorar a minha solidão
E a tua.
Teresa Balté
sexta-feira, outubro 10, 2008
mais longe
MARIAH
fora do tempo
é mais longe do que qualquer espelho
...
quando a noite me atormentava
de não chegares
quando a madrugada
me matava de partires
gil t. sousa
sexta-feira, outubro 03, 2008
quarta-feira, setembro 24, 2008
Vernon Trent
esgotadas as palavras
contemplo
te
e contemplar
não é olhar nem ver
te
é sentir-te bem por dentro
Mateo
sábado, setembro 13, 2008
segunda-feira, setembro 08, 2008
memória
Darren Holmes
e vinha a luz
e guardava-te
e eu guardava-te
também
em lugares mais seguros
que fotografias
ou poemas
gil t. sousa
terça-feira, agosto 12, 2008
segunda-feira, julho 14, 2008
Rui Pedro Queiroz
e se nas mãos fechadas
as grandes portas se abrissem
e passasses tu
como este silêncio passa!
Gil T. Sousa
quarta-feira, julho 09, 2008
domingo, junho 22, 2008
segunda-feira, junho 16, 2008
terça-feira, junho 03, 2008
a espera
havia apenas o mar nos olhos, uma vaga aflição e a espera amorosamente tecida nas canções,
quando a lâmina tirou-lhe a voz da garganta e o oceano do peito. de um só golpe decepou-lhe a
realidade e o sonho.
todas as justificativas para a dor são injustificadas quando o amor é óbvio e olha com olhos de
esperança. recapitulados os dias perfeitos, impecáveis, indescritíveis dias de fascínio, nada mudou.
como se um furacão de acontecimentos não a tivesse surpreendido.
"entre as quatro paredes do meu peito, só eu sei. só eu sei o que espero e o que desespero", foi a
única pista rara vez sussurrada a alguém.
no mais, permanece sentada à mesma janela de sempre. diz coisas incompreensíveis vez em
quando. lê um livro.ouve música. olha em torno como se acordasse do sono, entoa alguma canção
qualquer, vai e volta, sorri, diz às pessoas coisas gentis, prováveis. mas permanece lá, nas noites
inquietas, a conversar com ele que já não está. a espera, o desespero, raramente visíveis.
na sala, no quarto, no corpo, em todo lado os sinais da vida desfeita, que só ela sabe.
silvia chueire
segunda-feira, maio 26, 2008
Joanna Nowakowska
“Há palavras que nasceram para serem ditas.Mesmo que não queiramos, nos tapem a boca e nos desliguem os sentidos. Elas gatinham até à ponta da língua, agarram-se aos lábios, lutam desesperadamente com a porta trancada a sete chaves, mas acabam por ver a luz do dia. Não há nada a fazer.”
M.A.
quinta-feira, maio 22, 2008
Bogdan Jarocki
Dentro do meu sono ainda me perturba
a tua imagem, miragem do meu deserto
vencido, demora da minha espera...
Graça Pires
domingo, maio 11, 2008
Aprende-se a viver com isto(...)
E a achar normal e previsível que o telefone não toque, as notícias não cheguem e que a vida continue apesar de. Aprende-se a viver com isto, com o teu ectoplasma quase colado à minha pele, sem teres para onde fugir nem parede para a qual te virares, quando dispo as minhas flanelas e entro na noite de rompão, fingindo que não é para ti que fico nua no escuro.
Um amor atrevido
Obrigada, a.
domingo, abril 20, 2008
domingo
quarta-feira, abril 16, 2008
carta de amor
Paulo Cesar
...
Despi-me... vê se me queres,
Despi-me com impudor,
Que é irmão do desespero.
Vê se me queres,
Sabendo que te não quero,
Nem te mereço,
Nem mereço ser amado
Pela pior
Das mulheres...
Poderás amar-me assim, (como explicar-me?!)
Por qualquer cousa que eu for,
Mas não por mim!
Não a mim...!
José Régio
quinta-feira, abril 03, 2008
sinal de fumaça
sábado, março 29, 2008
quarta-feira, março 26, 2008
sexta-feira, fevereiro 22, 2008
devaneio
Bogdan Jarocki
Ligas-me, e eu não atendo, poupo-te ao embaraço e ao inferno das explicações, aos olás de circunstância, deixo que toques e toques e que vás por fim parar às mensagens. Ligas-me, e eu espero, desejo e espero, que despejes para um gravador o teu erro, o teu tédio, o teu gozo, os pedidos, as desculpas, as incríveis novidades do mundo ou, quem sabe, a precisão dos beijos empoeirados que esqueceste e deixaste em mim.
Vieira do Mar, aqui
segunda-feira, fevereiro 18, 2008
Fabio Keiner
e posso permanecer em silêncio
de olhos bem abertos
sem ousar mover-me
um centímetro que seja
Fernando Dinis
domingo, fevereiro 10, 2008
Margarida Delgado
Era demasiado amor. Demasiado grande, demasiado confuso e arriscado, e fecundo, e doloroso. Tanto quanto eu podia dar, mas mais do que me convinha. Por isso se desmoronou. Não se esgotou, nem se acabou, nem morreu, desmoronou-se apenas, veio abaixo como uma torre demasiado alta, como uma aposta demasiado alta, como uma esperança demasiado alta.
Almudena Grandes
domingo, janeiro 27, 2008
última
Bogdan Jarocki
uma última palavra ...
martela os minutos
uma palavra esculpida
pelo vento
adeus
Silvia Chueire
quarta-feira, janeiro 16, 2008
quinta-feira, janeiro 03, 2008
Quando a lua vier tocar-me o rosto
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