
Magda Marczewska
Na penumbra dos ombros é que tudo começa
quando subitamente só a noite nos vê
E nos abre uma porta nos aponta uma seta
para sermos de novo quem deixámos de ser
David Mourão Ferreira
E não poder fugir, não poder fugir nunca, a este destino de dinamitar rochas dentro do peito...
2 comentários:
por vezes
E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes
encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos.
(David Mourão-Ferreira)
Obrigada, Velas...
Muito, mas mesmo muito oportuna a escolha deste poema do David Mourão Ferreira.
Beijo
Enviar um comentário