skip to main |
skip to sidebar
Agatha Katzensprungvem da vida, das entranhas, das raízes,vem de outros torsos, outras proas em chamas, esta raiva que ponho semquerer em incêndios que não quiseracircunscritos.vem de dentro, de baixo, de longe, vem de ti,esta inquietação sem tréguas estesaber-me poeira perante a insuportávelbeleza do mundo.
Sarah Adamopoulos
edyta pilichochovka
em nome da tua ausência
construí com loucura uma grande casa branca
e ao longo das paredes te chorei
Sophia de Mello B. Andersen
Carla Salgueiro
ah rever-te o riso aberto,a força,a face iluminada.adeus é uma palavra dura.silvia chueire
Has cambiado otra vez el curso de los ríos
y has hecho trasladarse todas las cordilleras
con sólo la mirada de tus ojos de escarcha
y el roce de tus dedos sobre los mapa
mundis.Señor de los amores y de la geografía,
grandísimo truhán y Todopoderoso
inconsciente, ahora tienes que rescribir los libros
y en mi cuerpo desnudo
es tu deber marcar de nuevo las fronteras
Josefa Parra
Andrzej Jakubczyk
...tudo o que ficou por dizerporque de repenteera a hora do combóioou um telefone longínquo tocavaou um qualquer acidente aconteceu.Tudo o que ficou por dizerporque o pudor calou a vozporque um orgulho surdo a interrompeuporque as palavras talvez já nem chegassemou era tardee o cansaço aos poucos foi levando a melhor.... Tudo o que ficou por dizer
e tudo
o que ficou por dizer
ou tudo
sempre
por dizer.
Bernardo Pinto de Almeida
Kai Calvato
Esta manhã dói-me mais do que é costume
A pele
As escarificações
As cicatrizes
Doeu-me a noite de laços e espuma
Dói-me agora a pele
As escarificações as cicatrizes
Dói-me o teu corpo deitado
O silêncio
Os gritos em feixe
dentro de mimPaula Tavares
Bina Engel
Entre palavras faz-se amor, outras vezes invoca-se a solidão.Duas maneiras de estar num jogo que não permite a mínimadistracção.Casimiro de Brito
Bina Engel
ainda não é agora
agora é nunca
ainda não é agora
agora e sempre é nunca
Alejandra Pizarnik
Magda Marczewska
Na penumbra dos ombros é que tudo começaquando subitamente só a noite nos vêE nos abre uma porta nos aponta uma setapara sermos de novo quem deixámos de serDavid Mourão Ferreira
Susanna Dominguez
venho dormir junto de ti
e o meu corpo é uma coisa diferente
do que se vê ou toca ou sente;
é, fora de mim, essa coluna de ar onde respiro,
olhos que beijam o teu corpo exacto,
as muitas mãos que dobram o teu rosto.
Um deus que dorme, um deus que dança, e mais
que um mero deus, o breve amor do tempo.
António Franco Alexandre
Scott Murdoch
Deixa as mãos cegas
Aprender a ler o meu corpo
Que eu ofereço vales
curvas de rios
óleos
Deixa as mãos cegas
Descer o rio
Por montes e vales.
Paula Tavares