Não há mais sublime sedução do que saber esperar alguém. Compor o corpo, os objectos em sua função, sejam eles A boca, os olhos, ou os lábios. Treinar-se a respirar Florescentemente. Sorrir pelo ângulo da malícia. Aspergir de solução libidinal os corredores e a porta. Velar as janelas com um suspiro próprio. Conceder Às cortinas o dom de sombrear. Pegar então num Objecto contundente e amaciá-lo com a cor. Rasgar Num livro uma página estrategicamente aberta. Entregar-se a espaços vacilantes. Ficar na dureza Firme. Conter. Arrancar ao meu sexo de ler a palavra Que te quer. Soprá-la para dentro de ti até que a dor alegre recomece.
Vem de longe a tua voz. De tão longe que duvido de mim mesma ao ouvi-la. Será que te ouço ou será a mim mesma que escuto? Serão minhas as palavras que murmuras, serei ainda eu? Ou serão apenas ecos do amor que fui, que foste um dia?