Agatha Katzensprung vem da vida, das entranhas, das raízes, vem de outros torsos, outras proas em chamas, esta raiva que ponho sem querer em incêndios que não quisera circunscritos.
vem de dentro, de baixo, de longe, vem de ti, esta inquietação sem tréguas este saber-me poeira perante a insuportável beleza do mundo.
Has cambiado otra vez el curso de los ríos y has hecho trasladarse todas las cordilleras con sólo la mirada de tus ojos de escarcha y el roce de tus dedos sobre los mapa mundis.Señor de los amores y de la geografía, grandísimo truhán y Todopoderoso inconsciente, ahora tienes que rescribir los libros y en mi cuerpo desnudo es tu deber marcar de nuevo las fronteras
...tudo o que ficou por dizer porque de repente era a hora do combóio ou um telefone longínquo tocava ou um qualquer acidente aconteceu. Tudo o que ficou por dizer porque o pudor calou a voz porque um orgulho surdo a interrompeu porque as palavras talvez já nem chegassem ou era tarde e o cansaço aos poucos foi levando a melhor. ... Tudo o que ficou por dizer e tudo o que ficou por dizer ou tudo sempre por dizer.
Bernardo Pinto de Almeida
terça-feira, abril 17, 2007
Kai Calvato Esta manhã dói-me mais do que é costume A pele As escarificações As cicatrizes Doeu-me a noite de laços e espuma Dói-me agora a pele As escarificações as cicatrizes Dói-me o teu corpo deitado O silêncio Os gritos em feixe dentro de mim
Paula Tavares
segunda-feira, abril 16, 2007
Bina Engel
Entre palavras faz-se amor, outras vezes invoca-se a solidão. Duas maneiras de estar num jogo que não permite a mínima distracção.
Casimiro de Brito
sexta-feira, abril 13, 2007
Bina Engel
ainda não é agora agora é nunca ainda não é agora agora e sempre é nunca Alejandra Pizarnik
Na penumbra dos ombros é que tudo começa quando subitamente só a noite nos vê E nos abre uma porta nos aponta uma seta
para sermos de novo quem deixámos de ser
David Mourão Ferreira
segunda-feira, abril 09, 2007
Susanna Dominguez
venho dormir junto de ti e o meu corpo é uma coisa diferente do que se vê ou toca ou sente; é, fora de mim, essa coluna de ar onde respiro, olhos que beijam o teu corpo exacto, as muitas mãos que dobram o teu rosto. Um deus que dorme, um deus que dança, e mais que um mero deus, o breve amor do tempo.
António Franco Alexandre
segunda-feira, abril 02, 2007
Scott Murdoch
Deixa as mãos cegas Aprender a ler o meu corpo Que eu ofereço vales curvas de rios óleos
Deixa as mãos cegas Descer o rio Por montes e vales.
Vem de longe a tua voz. De tão longe que duvido de mim mesma ao ouvi-la. Será que te ouço ou será a mim mesma que escuto? Serão minhas as palavras que murmuras, serei ainda eu? Ou serão apenas ecos do amor que fui, que foste um dia?